domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais

Hoje passei um dia maravilhoso com as minhas filhas, curtimos bastante, fomos almoçar e depois fiquei conversando com a Thaynara enquanto a Gabriela estava dormindo, mas antes dela dormir, zuou o meu plantão.
Recebi algumas ligações pelo dia de hoje e fiquei pensando no meu pai que infelizmente não se encontra mas entre nós, que falta você me faz...
Vim aqui para escrever um pouco sobre ele, mas é difícil para penis falar dele, vamos lá, vou tentar.
Meu pai era um cara excepcional, amigo, maluco, honesto, sambeiro, doido, cervejeiro, viciado, parceiro, sincero, severo, resumindo, um ser incrível!
Aprendi muita coisa com ele, desde subir no morro e ir à reunião de pais no colégio. Também conheci o samba, mulher, cerveja, farra, noitada, tudo de bom e de ruim...
Fui em muitas festas, desfilei no Cacique de Ramos, muitas rodas de samba e comecei a trabalhar, ele sempre dizia quando ia trabalhar: filho vou catar latinha rsrsrs e fiz isso também desde cedo, e quando não queria ir para algum lugar ou não fazia o que ele queria, me dizia: Para de pantomina...srsrsrsrsrsrsrs srsrsrsrs rsrsrsrs hoje é mole de lembrar, na época ficava bolado com essa palavra, tempo bom...
Quando ele se foi, para nunca mais voltar, deixou meu coração partido, não queria acreditar, mas infelizmente era verdade, hoje em dia estou maduro para resistir a sua perda, nem gosto de lembrar, foi um tempo ruim, fiz até tratamento, hojé é tranquilo falar disso.
Então lhe presto esta homenagem, sou grato pela educação que recebi de você, tento seguir seus passos e me tornei um homem, pai, amigo, sambeiro, farrista, tranquilo, maluco, honesto e sempre correndo na frente dos meus objetivos, como seus ensinamentos é claro, sem pisar em ninguém, mas buscando o meu.
Você foi o grande AMIGO de todos os momentos, principalmente quando eu corria para o seu encontro para lhe pedir socorro.
Hojé é Dia dos Pais, para ser lembrado e comemorado, mas pra mim este e todos os dias serão para lembrar sempre de você.

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Ê vida boa, quanto tempo faz
Que felicidade
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Um dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
Me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Ê vida à toa, vai o tempo, vai
Eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

Assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambam da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tiver que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era aduto já

Ê vida voa, vai no tempo, vai
Ah, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai

Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso

E o meu medo maior é o espelho se quebrar
O meu espelho quebrou mas eu continuo aí...

Pai
Te amo, aonde quer que esteja!

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